domingo, 6 de dezembro de 2009

O SEGRÊDO DA ROSA



 Aqui estou tentando por em ordem os meus pensamentos...

parecem quebra-cabeça, de tão desordenados que estão.
Uma única certeza, vou ser feliz, tudo caminha...
a formatura da faculdade semana que vem, a promoção no escritório e meu amor...
Não é por causa do meu caso com o chefe, que ganhei a promoção,
além do mais, não é caso... é namoro mesmo!
foi mérito, sempre fiz por merecer.
Esta promoção vai me dar um novo rumo na vida, vou sair de casa
e viver este amor em toda a sua plenitude.
A rosa deixada furtivamente em minha mesa, me deu a certeza deste amor.
Hoje é meu aniversário e eu mereço isto...
cansei de manter este amor em segrêdo tanto tempo, nem sei como pude.
tudo começou em uma troca de olhar em uma reunião de confraternização,
ficar pro fim da festa então...
Regada a wisky foi nossa primeira noite, a segunda foi mais sóbria,
com direito a pétalas de rosas sobre o lençol, o cheiro das pétalas
se entranharam em minha pele e eu me senti a própria.
tantas outras aconteceram, sempre davamos um geito pra uma escapadinha.
Como vou dizer ao meu pai que vou sair de casa e que não correspondi em nada
as suas expectativas, logo ele... que nunca me deixou sentir a falta de mãe que perdi quando nasci.
Meu pai é o meu chão e o meu céu.
Como vou dizer que não correspondi em nada tudo o quê sonhou pra mim?
Sempre usei de discrição em meus relacionamentos, mas agora...
Estou com vontade de gritar o seu nome aos quatro ventos, e dizer o quanto te amo.
Choveu a semana inteira, agora parece que as águas vão dar uma trégua,
olho para o céu e me deparo com um lindo presente,
é fantástico! um arco-ìris...
Volto pra casa de decisão tomada, vou contar...
arrumo uma maneira bem sutil pra não magoar o meu velho, mas vou contar...
Não aguento mais carregar este segrêdo.
Na garagem uma surpresa... A quem nesta vida só me deu orgulho...
Meu Deus! um carro... só mesmo o meu pai, entro em casa e em meio a balões
toda a família reunida em festa surpresa, procuro por meu pai e o encontro caído
em meu quarto com minha foto na mão.
Ambulância pelo amor de Deus!
Como aquela foto fôra parar em suas mãos?
Sabia que não tinha de carregar pra casa a lembrança do último feriado.
Junto aos paramédicos eu implorava o seu perdão ou a sua compreensão...
A pressão era alta, e o coração não aguentou tamanha pressão...
Meu pai minha vida... que vontade de morrer juntinho,
eu nunca quis ferir nem magoar ninguém, só queria ser feliz...
A foto corria de mão em mão...
E entre olhares crucificantes, ouvi o quê nunca quiz ouvir...
Mas é uma bichona!

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